quarta-feira, 26 de junho de 2013

Bem à criança ou a si mesma?

Notícias, que eu ia até dar no último post e não dei: consegui um trampinho para poder ficar com o bichano em casa. Foi uma dica dada por uma pessoa linda [Gabi, sua linda! <3], e que espero que decole logo. É um trabalho escrevendo artigos para sites. É um pouco trabalhoso e muito entediante de vez em quando, principalmente quando as melhores opções para escrever são descrições de ASSENTOS SANITÁRIOS. Mas tenho dias de inspiração e saio fazendo um atrás do outro, como se não houvesse amanhã.

A outra notícia é que estou determinada a passar na UNIFESP. Pensei, até por um tempo, em adiar voltar à faculdade e ficar com o Bernardo mais um tempo, mas a bem verdade é que já tô com quase 21 anos nas costas [dia oito, gente, quero presentes HEHEHE] e quero me fazer conciliar todos os meus afazeres. Peguei esse trabalhinho com artigos justamente para ter tempo para estudar e ficar com o nanico, e vou aproveitar o resto deste ano para me acostumar a esse ritmo e poder, no ano que vem, estar preparada para ir à faculdade.

A complicação é que a UNIFESP é em Santos e eu ainda não tenho certeza do que farei com o Bernardo. Aparentemente há creche no campus de lá, e vou tentar. Senão, a opção é levá-lo comigo na aula. Ele é muito bonzinho e acho que daria certo em boa parte do tempo. Quando não desse, deixaria em casa, aí o problema seria com quem. Mas vou dar um jeito.

Tô pensando em começar a fazer um curso particular aqui em Praia Grande, mas não é certeza. Vou atrás primeiro de preços de mensalidade e tudo o mais. É o plano para amanhã ♥

O post, na verdade, foi inspirado por uma coisa ESCROTA que vi hoje. Conversava com uma amiga, e ela comentou sobre uma garota ridícula que usa a filha para fazer faminha na internet, que largou a filha com a avó paterna só porque quer fazer faculdade. 
A moça conseguiu. Quero conseguir também, sem ter que
 jogar meu filho pros outros.

Na boa.

A menina engravidou porque QUIS. Ela mesma fala no blog dela que engravidou porque acreditava ser estéril e que nunca usou camisinha, entre outros detalhes BIZARROS. Ou seja, não foi acidente. E aí o namorado largou, ela se fez de pobre coitada abandonada -sendo que ela compactuou com essa ideia idiota que levou à gravidez

Aí foi trabalhar com parente, começou a se fazer de mãezona trabalhadora, botou o pai da menina na justiça... e mandou a filha ir morar com a avó. A alegação é de que ela não tem dinheiro para faculdade e seus gastos e para criar a filha. POR QUE NÃO PENSOU NISSO ANTES DE TESTAR A PRÓPRIA SORTE TRANSANDO SEM PROTEÇÃO?

Eu sei bem do que tô falando, porque tive que parar meus estudos para cuidar do Be. E sei que eu NUNCA deixaria ele ir morar nem com Bill Gates só porque eu quero pagar faculdade, supostamente para dar um futuro para ele. Na boa, a mina tem dezenove anos e a filha não tem nem um, e o importante para ela é ter a mãe por perto!

E na moral, ela colocou o pai da menina na justiça, sem ajuda ela não vai ficar. E a avó é tão apaixonada pela menina, por que não podia ajudar financeiramente para a menina ficar com a mãe? Ela não podia se esforçar para tentar uma faculdade pública? Eu tô me matando pra tentar uma, mesmo que ela seja em outra cidade, e a mina tem tudo e ainda deixa a filha com a avó? Pra mim isso é furada. A mãe ainda foi defender, e aí mudou tudo, falando que é questão de ela não ter TEMPO pra cuidar da filha. DECIDAM-SE QUAL É A DESCULPA!

Será que ela vai morrer se esperar, trampar e guardar um dinheiro pra faculdade? Será que é tão incapaz de tentar uma pública e economizar a grana na mensalidade? Para mim é muita desculpa e muita martirização de si mesma... Diz que é pelo bem da criança, mas não é estar com a mãe na primeira infância?

Eu tô dando meu jeito, tô trampando em casa, estudando pra vestibular e cuidando do Be SOZINHA. Isso porque a própria garota, no começo do ano, me definiu como 'vadia, desocupada e louca' quando discuti com ela sobre um comentário ESCROTO que ela fez sobre a tragédia da boate Kiss. Se eu sou tão péssima assim e ela tão foda, por que eu tô conseguindo conciliar tudo e ela não?

Só pra pensar um pouco.

sábado, 22 de junho de 2013

Reinvenção

Poucas coisas mudam a cabeça de alguém como ter um filho. É incrível como olhamos para trás, para o que éramos antes de engravidar, e vemos que muito do que achávamos absolutamente importante hoje não passa de coisa que acabou.

Eu, por exemplo, aos dezenove anos achava que o essencial da vida era experimentar, que eu não morreria realizada se eu não fizesse tudo o que eu pudesse fazer, por mais nocivo que fosse. Achava que ser jovem era simplesmente encher a cara sempre que possível, viajar no maior número de drogas possível, transar só pelo fogo de fazê-lo, e que abrir mão da minha liberdade ilimitada seria perder minha juventude. Eu me sentia com inveja quando via amigos meus indo a uma festa e eu não, porque achava que o que importava era competir quanto a quantos beijamos numa balada ou voltar para casa mais bêbada que a minha companhia. Eu invejava amigos meus que não tinham que se limitar, que saíam de casa quando queriam e voltavam do jeito que lhes agradasse, com quem quisessem. Achava que isso era viver.

Daí, quando engravidei, temi perder essa essência. Temi ficar para trás enquanto meus amigos continuavam nas festas e somando conquistas. Até minha 30ª semana de gravidez, continuei frequentando festas, até pela insônia que eu nunca superei. Não bebia, ficava sempre com uma garrafa de água por perto, ria de amigos meus que iam ao chão bêbados [ou imitavam galinhas na pira do ácido], e fui percebendo que estava, irrevogavelmente, tomando um rumo diferente na vida em relação a eles. E, conforme fui aceitando isso melhor, percebi que isso não era ruim. Que dar um tempo na loucura e respirar fundo é necessário para todo mundo. E que, para mim, foi o melhor que eu podia fazer depois de ter me desgastado tanto com uma ideia falsa de liberdade.

Desde que o Be nasceu, não voltei a nenhum tipo de rolê noturno. O meu máximo foi ir ao bar do trote da minha antiga faculdade no começo do ano, mas fui embora cedo por estar com o Be. Fiquei num canto afastado da galera, com um grupo pequeno de amigos, e aquilo me bastou. Não preciso estar na piração como os outros para me divertir também, e isso ainda me impressiona. Fora isso, fui a um churrasco com amigos, na casa de uma amiga nossa, e só. E não sinto falta.

Não sinto que perdi minha juventude por isso. Ficar em casa com o Bernardo ao invés de sair pra beber numa sexta à noite não me tornou uma velha rabugenta. Ainda ouço as mesmas músicas, me interesso pelas mesma séries, tenho ainda interesses comuns a meninas da minha idade. Tenho outras amigas que estão grávidas ou com filhos pequenos, todas da minha idade, e não as acho envelhecidas por isso. É claro que nos limita um pouco e é difícil que sejamos exatamente como outras jovens de vinte, vinte e um anos, mas não nos tira a nossa juventude. Apenas nos reinventamos numa jornada diferente.

Hoje sou muito mais cautelosa do que era antes de ficar grávida. Não tinha medo de andar à noite na rua, não tinha medo de tomar remédio sem orientação, não calculava riscos para o que eu fazia. Hoje, tudo é bem pensado. Não atravesso a rua sem checar se há um carro vindo. Não tomo remédio a não ser que seja realmente necessário. Não deixo para voltar para casa de madrugada se posso voltar sob o céu do fim de tarde.

E continuo vivendo como jovem que sou. Jovem mãe reinventada.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Quase andando


Bernardo está com quase dez meses e está cada vez mais perto de virar um homenzinho de vez. Está com três dentes, mais dois a caminho, começou a engatinhar direitinho no dia anterior aos nove meses completos, está ficando de pé segurando nas coisas e... está quase andando!

No feriado, fomos visitar a tia Ju, amiga minha da USP, que mora em Campinas. Fomos com uma mala abarrotada de roupa de frio, achando que estaria tudo congelando lá, mas como sempre o Be levou o sol com ele e fez um calor quase demoníaco. Então passear com ele foi mais legal do que eu esperava, porque eu tinha medo de o frio deixá-lo resfriado de novo.

Ó o narizinho ferido. Antes de sairmos daqui, ele ficou um pouco resfriado e esfregou o nariz até machucar. Parecia que ele tinha tomado O tombo, mas foi só de esfregar. Tentei até botar meia na mão dele [as mãozinhas são tão nenis ainda que luvas de dedinho não cabem, só aquelas de recém-nascido, e essas ele arranca], mas nada adiantou, e ele coçou até ferir bem feio. Para ajudar, uma mera picadinha na ponta do nariz inflamou e ficou um buraco. Mas cuidamos e agora está quase sumindo tudo.

Enfim, sobre o novo feito: o Be está perto de andar. Eu sempre imaginei se ele seria aquelas crianças naniquíssimas que andam, e acho que vai ser sim! Tô confiante, acho que no meu aniversário [dia oito de julho, quero presentes, ok] ele já vai estar dando alguns passinhos sozinho. Fizemos uma aposta, eu, a Ju e o Ivan, relativa a quando ele vai começar a andar. Eu dei quarenta dias, ela deu quarenta e cinco, e ele acha que em quinze o Bernardo já vai ser um dito bípede. E aí, quais são as apostas?