domingo, 28 de abril de 2013

Primeiro Dia das Mães propriamente dito!



Ainda que a tirinha acima não tenha a ver com o tópico, quis dividir porque achei muito legal HAHAHAHA

Estive pensando ontem, antes de dormir: este ano vai ser o primeiro Dia das Mães como mãe de fato. Não que no ano passado não fosse mãe já, porque tava já com mais de vinte semanas de gravidez, mas a matemática ainda era 1 + 1 = 1, e não 1 +1 = 2. Este ano, tenho o Be comigo, como companhia, não em mim. Tenho um rosto para ver, um sorriso para provocar, alguém para levar para passear. Alguém com quem interagir. Sei lá, não consigo explicar direito por que acho uma situação totalmente diferente, ainda que pareça bem óbvia essa diferença.

Enfim. Ano passado foi meio sem graça. Ganhei um livro, e só. Para variar, tive briga com a minha mãe, porque dei um pingente lindo, que escolhi com super cuidado, e ela usou durante uns dois dias e depois abandonou. Nunca mais a vi usar e, se duvidar, até para o lixo já foi. Isso porque sou eu que sou a mal-agradecida que não reconhece nada. Apesar disso, o livro que ela me deu continua na minha estante, inteiro.

Mas o ponto não é esse. Sou mãe propriamente dita há mais de oito meses, e digo que, pessoalmente, fiz um serviço muito melhor do que eu esperava. Por causa da depressão, e por ter visto minha irmã, dez anos mais velha e supostamente mais madura, abandonar meu sobrinho, eu tinha pavor de negligenciar o Bernardo, de não aguentar os trancos da maternidade. Tinha medo de fazer algo errado, de colocá-lo em perigo. E digo, apesar de muita gente ainda duvidar de mim, que estou fazendo um bom trabalho com ele. Sou uma péssima dona de casa, não entendo de coisas na moda, não sou boa cozinheira, mas não pensei duas vezes em deixar a vida que tinha por ele. Hoje, tudo o que faço ou quero é baseado na existência do Bernardo. Não penso nem em passar um dia longe dele, quanto mais planejar o que seja no meu futuro sem ele.

Este ano, sendo nosso primeiro dia das mães juntos, cara a cara, quero fazer algo legal. Porque eu acho que eu mereço. E porque, ainda que o nome seja 'das mães', não somos mães sem nossos filhos, certo? Então quero que seja um dia legal tanto pra mim quanto para o Be. Tô vendo o que faremos, porque tenho a impressão de que ficar em casa não vai ser boa ideia [quase nunca é]. E quem é mãe [mãe mesmo, não alguém que meramente pariu] sabe que cuidar de uma criança não é uma coisa fácil, é um trabalho 24/7, e somos todas heroínas por conseguir realizar essa tarefa da melhor forma que pudermos. Merecemos um dia nosso!

E por aí, como será a comemoração?


sábado, 27 de abril de 2013

Pediatra, amamentação e o peitinho da Angelina Jolie

Oito meses de Bernardo, ainda mamando e indo ao pediatra ♥


A ida ao pediatra, até o primeiro ano do bebê, é quase a menstruação dele: uma vez por mês. Tem até mãe que vivencia a tensão antes da consulta, quando começa a acumular dúvidas, seja sobre a alimentação do bebê, uma manchinha vermelha na cabecinha, uma fimose no menino, orelha inchadinha do brinco da menina...

Tava lendo agora uma postagem num blog e fiquei bem incomodada. Aqui a mulher afirma veementemente que pediatra não tem orientação nenhuma para aconselhar as mães, que fala coisas baseadas em senso comum e só! Peraí. O cara estuda milhares de anos, se especializa naquela área, e a mulher quer dizer que ele se baseia em ditos populares para fazer suas afirmações? E quem, na opinião dela, tem algum tipo de preparo para orientar?

Mães, principalmente as de primeira viagem, não têm total entendimento quanto ao que acontece com seu filho. Muitas vezes, a mãe não consegue diferenciar uma alergia alimentar e dente nascendo [eu mesma fiz isso, quando os dentinhos do Be estavam para nascer, porque ele tinha prisão de ventre e estava irritado por causa dos dentinhos saindo, e aí um dia ele fez cocô com um pouquinho de sangue devido à prisão de ventre, e achei que fosse APLV [alergia à proteína do leite de vaca], porque a família do pai dele toda tem e eu tava com medo de dar no Be], e acaba deixando de ajudar o bebê de uma forma muito simples, e ele acaba pagando por isso, ficando com a gengivinha dolorida e coçando, enquanto a gente vai se preocupando em parar de comer laticínios para parar a 'alergia' dele. Não falo que pediatra entende tudo do bebê, porque cada bebê é um bebê, e assim como tem aqueles que sofrem horrores com dentes, existem aqueles que você só vê que tinha dente vindo quando ele te mete uma dentada no peito. Só que são médicos com prática para detectar sintomas que nós, mães sem estudo médico, não estamos preparadas para ver. Nós não temos aqueles trequinhos de examinar ouvido em casa, e muitas vezes achamos que a chatice do bebê é sono ou outro mimimi, enquanto ele tá com dor de ouvido.

A autora do post ainda diz que médico é para diagnosticar e tratar doenças. ERRADO! Médicos também trabalham com prevenção. Tanto é que pessoas que passam por doenças graves, como o câncer, mesmo depois do desaparecimento total do quadro, continuam se consultando para prevenir que a doença não volte. E, na boa, a mulher fala de atravessar a cidade para levar o filho ao médico como se fosse ridículo fazer isso. Desculpe, mas quantas vezes vamos até o outro lado da cidade por motivos muito menores, tipo comprar uma blusa que vimos perto da casa de um parente?

Ah, sim, ela fala no fim do post que não tá dizendo que os médicos são monstros e mimimi. Mas ela está menosprezando o trabalho deles SIM. OK, pode ser que desde a última vez que você pesou a criança no posto ela tenha ganhado peso... digamos que a mãe tenha ido ao posto pesar o filho no dia 1º de março. O bebê estava com, suponhamos, 6,5kg. Daí ela volta lá no dia 4 de abril, e o bebê ganhou 400g. OK, ótimo. Só que e se, durante este tempo, ele perdeu peso em relação ao que ele ganhou depois da última medição? E se ela achou que a falta de apetite nos últimos dias era apenas por causa do calor, e não notou que em uma semana ele perdeu 150g? São mais de vinte gramas perdidos por dia, quase metade do que ele ganhou em comparação à última vez que foi pesado. E isso acaba passando batido e, quando a mãe vai ver, evoluiu para uma estomatite, uma infecção qualquer. E poderia ser facilmente diagnosticada se o bebê tivesse sido pesado na consulta com o pediatra, que poderia notar alguma anormalidade. Muitas vezes, achamos que o bebê está 'molinho' porque tá muito quente, ou porque julgamos que ele se cansou demais brincando ou passeando. E é anemia, que muitas vezes pode ser perigosa.

Sim, muitas vezes nos preocupamos demais com coisa sem importância. Uma coisa que me atormentou durante meses foi o peso do Bernardo. Desde que ele nasceu, ele é um bebê comprido e magrinho. Come que nem um cavalo, mas não ganha grande peso. E minha mãe ficava martelando na minha cabeça, falando que não era normal ele não ganhar tanto peso, que ele tava muito abaixo do que deveria e por aí vai. E eu fiquei encanada. Aí, quando estourou uma febre do nada nele, fiquei ainda mais preocupada, achando que era dengue [minha mãe e meu irmão tiveram umas semanas antes, e eu ainda estava com manchas], e marquei consulta com uma pediatra amiga da avó dele. Lá, ele foi pesado e, ainda que ele estivesse um quilo abaixo do peso 'normal' para a idade dele, ela me explicou sobre a tabela de crescimento.


O negócio é: não tem que estar na linha verde os dados do bebê, mas seguir o curso da linha! A linha verde indica uma média de pesos por idade, mas uma criança que se mantém abaixo disso não é necessariamente uma criança doente. A linha de crescimento deve ACOMPANHAR a linha ideal.

A do Bernardo seria a seguinte:


Perdoem minha falta de destreza pra fazer a linha HAHAHAHAH eu ia fazer à mão mesmo, mas usei aquela ferramenta horrorosa do Paint da linha torta e ficou assim HAHAHAH

Enfim, tá normal! Só que, pelo que eu tinha lido na internet, tava tudo indicando que ele estava com um problema de tamanho. Mães com bebês na mesma situação estão sempre desesperadas achando que tem algo errado, e aí fica uma paranoia coletiva. Então, sim, prefiro conversar com um médico sobre isso!

Voltando aos médicos: assim como eu acredito que tem GOs que enganam grávidas para ganhar uma grana em cima delas, forçar cesárea só porque é conveniente para eles, acredito que tem pediatra com má vontade. Caso disso aconteceu no PS em que a minha mãe trabalha. Vagando no site do Reclame Aqui, achei uma denúncia quanto a um médico que trabalha lá, com quem o Bernardo até já passou. O cara foi grosseiro todas as vezes em que passei lá, e o Bernardo nunca tinha nada, mesmo que estivesse tossindo, com febre, sem comer. E aí, quando li o caso no link acima, me senti até um pouco mal por não ter ficado surpresa. Só de ler que tinha criança envolvida, sabia que o cara tinha algo a ver com isso. Todas as vezes em que passei com o Be lá, ficou claro que o cara preferia estar fazendo QUALQUER COISA a estar ali. Parecia querer se livrar o mais rápido possível dos pacientes. Uma coisa é você tentar encurtar contato com cliente quando é, sei lá, operador de telemarketing. Outra, é fazê-lo quando você é da área de saúde! É uma vida em jogo, cara, não dá pra ter má vontade.

Ah, sim, quanto ao que a moça comenta de médicos que simplesmente tacam leite artificial na criança: claro que tem quem vai te orientar a fazer o mais fácil. Mas tem pediatra que leva a sério o aleitamento materno, que incentiva a insistir, ensina técnicas para facilitar a amamentação. Se você não está satisfeita com a linha de pensamento do seu pediatra, simples: troque. A questão da amamentação, ainda que não pareça, é muito melhor no Brasil do que em muitos lugares. Nos EUA, a amamentação ainda é tabu, porque continua sendo vista como algo impróprio, sexualmente vulgar. Quando a atriz Angelina Jolie deu à luz o casal de gêmeos Knox e Vivienne, saiu na capa de uma revista amamentando. A foto gerou polêmica, dada com vulgar, por ela estar com o seio parcialmente descoberto... ainda que ali, pequena e delicada, se veja uma mãozinha de bebê. Aqui no Brasil, enquanto O atrativo feminino é a bunda, lá é o peito, e parece que os machões de plantão não estão tão a fim de deixar de olhar para um peito de forma sexualizada mesmo quando o peito deixa de ser. Menos da metade das mães cumpre os seis meses de amamentação, e menos de um quarto chega a amamentar até que o bebê complete um ano. E por lá a amamentação prolongada é dada como absurda.

Concordemos que é meio bizarro crianças maiores mamando. Acho que, até uns dois anos, é normal, ainda que seja um tanto 'feio' ver em público uma criança maior mamando. E, querendo ou não, o leite materno nessa idade já não é um componente extremamente importante na alimentação da criança. Acaba continuando mais por hábito do que necessidade. Na série 2 Broke Girls, tem uma cena sobre isso:


Quanto ao Bernardo, pretendo amamentá-lo, no mínimo, até um ano e meio, quando eu espero começar a fazer faculdade de novo. Daí não sei como será. Não quero forçar o desmame, mas não quero que se prolongue infinitamente, porque hábitos são terríveis de serem finalizados.

Retornemos aos pediatras de novo.

Nós temos mais ou menos uma ideia formada quanto ao que queremos para nossos filhos. Mas nem sempre temos um plano detalhado de como nos manter nessa linha. Tem mães que preferem começar a dar outros alimentos mais cedo, assim como tem quem espere religiosamente que o filho faça seis meses para começar com suquinhos e tal. Tem mães que optam por dormir com o bebê na cama, assim como tem quem já o coloque no carrinho ou no berço logo que vêm da maternidade. E todas essas escolhas acabam acarretando em episódios que provavelmente não prevemos quando tomamos essas decisões. Eu, por exemplo, tenho problemas com o sono do Be: do mês e meio até quase os cinco, ele dormiu a noite toda, da meia-noite às seis ou sete. Em janeiro, ele voltou a acordar de madrugada. Achando que era fase, nem liguei, Desde então, ele dormiu DUAS noites inteiras. Não é fase! Eu comecei a achar que meu leite não o estava sustentando, que ele tinha voltado a ter cólica, tentei até dar remédio para dor antes de ele dormir... nada resolveu, Ele continuou acordando a cada duas horas, às vezes de uma em uma. Tinha dias em que eu ficava INÚTIL.

Então procurei ajuda. O Be passava, desde o primeiro mês de vida, com uma pediatra que minha mãe conhece. Só que ela nunca ia fazer as consultas, muitas vezes faltando na clínica sem avisar. A última vez que consegui passar com ela foi em novembro. Em dezembro, ela foi fazer o plantão de uma médica que faltou onde minha mãe trabalha, e passei lá para ela dar uma olhada. Mas lá não tinha balança, nem como medir a altura do Be, e ela fez uma consulta bem sem graça. Em janeiro, no dia em que tinha consulta, fui até a clínica para descobrir que a mulher tinha resolvido não aparecer. E fui, até o final de fevereiro, remarcando semanalmente consultas, até que finalmente a médica avisou que não atenderia mais naquela clínica. Então me passaram para outra médica, e adivinha? Ela faltou no dia! Aí me remarcaram pro começo de abril, só que me avisaram a data errada. E perdi a consulta. Agora só dia 9 de maio... Aí, quando essa situação do sono começou a estourar minha paciência, acabei passando com a médica amiga da avó dele, que me iluminou quanto ao sono quebrado do Be: o costume de mamar. Ele não mama por fome de madrugada, mas para se certificar de que eu estou ali. E é necessário cortar essas mamadas para ele se acostumar a dormir várias horas direto de novo.

Eu tentei. Mas não rola. Toda noite, consigo pular umas duas mamadas, dando chupeta e colocando ele novamente de bruços para ele voltar a dormir. Com isso, o intervalo de duas horas entre uma mamada e outra aumentou para três horas e meia, quatro. Com sorte, ele dorme cinco seguidas. Mas eu não consigo negar a noite toda. Uma hora junta pena, impaciência e sono e eu acabo dando tetê, porque o choro dele começa a me quebrar. Mas pelo menos sei por que ele voltou a acordar. E agora está sendo minha escolha o que fazer, me baseando no que me foi orientado sobre a situação.

É isso que as mães precisam entender: médico não tem que mandar na criação dos nossos filhos, mas orientar. O que fazemos com essa orientação é responsabilidade nossa. Não estamos vendo nossos filhos do lado médico, e às vezes uma explicação quanto ao que acontece a eles pode ser de grande ajuda. Não é porque o pediatra mandou dar comida e tetê em horas marcadas que você tem que fazer isso. Quando ele der alguma dica, pergunte o porquê dela e decida, por si mesma, se aquilo condiz com seus instintos. Mãe ainda é humana e erra, então sempre ter um ponto de vista diferente do nosso é bom, desde que não imposto.

No texto ainda se diz que podemos descobrir as coisas sem consultar médico, mas concordemos: o que a internet tem de besteira não é brincadeira. Quando procurei sobre o que fazer quanto ao refluxo que o Bernardo tinha, achei quinquilhões de simpatias, mas nada que ajudasse de fato. Passei uma única vez com um médico, e ele me orientou a fazer outras coisas que poderiam ser ainda mais eficientes do que dar remédio para o Be todo santo dia. E adiantou. Agora ele só volta comida quando come demais. É uma maravilha.

Procurar um médico não é botar as decisões da vida da criança nas mãos dele. Ele não pode te mandar dar leite artificial, nem a esperar os seis meses de amamentação exclusiva antes de dar outras comidas. Ele pode te orientar, defender o ponto de vista dele, prevenir pequenos problemas de saúde que podem virar problemões se deixados para serem tratados só quando geram necessidade de correr ao médico. Mas, na hora de escolher quem vai acompanhar seu filho, precisa optar por um médico que siga a mesma linha de pensamento que você. Se você é a favor da criação com apego [um artigo legal tá aqui, e temos como garota-propaganda desse método a Angelina, já citada lá em cima] ou de babá/creche desde cedinho, de amamentar prolongadamente ou desmamar logo depois do tempo exclusivo, procure um médico que possa fazer indicações para que você siga no caminho da criação escolhida.

Lembre-se de que, antes de a criança ser paciente de um pediatra, ele é filho de uma mãe. E cabe a nós, antes de qualquer outra pessoa, decidir quanto aos nossos nanicos.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Reformulando nosso conceito de amor



Estou participando da Promoção “Magia de Ser Mãe” do Cupons Mágicos e Dafiti. Saiba mais na fan page do Cupons Mágicos para ganhar R$ 600 reais em compras!


Achamos que amor é passar horas pensando, fantasiando e imaginando uma relação perfeita, cheia de mimimis e por aí vai. O que descobri, sendo mãe, é que o amor verdadeiro tá muito longe disso: é um amor cheio de pequenos defeitos, como quando achamos lindo nosso filho todo babado, ou quando ele vira o prato de comida na roupa que você acabou de passar para sair com ele, a facilidade com a qual perdoamos escândalos sem motivo e absurdos só porque, ao final deles, nosso pequeno nos sorri com aquela luz que só uma criança tem. A magia de ser mãe é presenciar esse amor todos os dias, e poder mostrar ao Bernardo a importância de amarmos tudo e suas particularidades, afinal se tudo fosse perfeito, seria tudo igual, não? Ensiná-lo a amar os nossos gatos, por exemplo, é algo que me encanta todos os dias. É incrível vê-lo tão encantado por uma criatura cujo ser ele mal compreende, apenas ama. E é isso que as pessoas deveriam saber do amor: ele não segue modelos, não busca ideais. Ele simplesmente é. Mágico, entorpecente, inexplicável. Não precisamos entender ou controlar: só queremos, e queremos muito.



Neste Dia das Mães o Cupons Mágicos irá presentear a mãe mais criativa com R$ 600 em compras do melhor da moda na Dafiti! Para participar você só precisa mostrar toda a magia que essa data representa para você.

O Cupons Mágicos é o site ideal para encontrar os melhores cupons de desconto das melhores lojas online. Simplesmente busque sua loja online preferida, copie o código que o site oferece e compre mais barato! É a melhor alternativa para economizar na compra de roupas tanto para a mamãe quanto para o bebê.


Confira como Participar:

1) Curta a página do Cupons Mágicos no Facebook.
2) Faça um post em seu blog (para concorrer a R$ 600 em compras na Dafiti) e/ou na sua página do Facebook (para concorrer a R$ 200 em compras) com uma foto mágica de seu filho(a) (engraçada, fofa ou inusitada) e na legenda escreva por que esse momento descreve para você a Magia de Ser Mãe.
Escreva no início do post:
“Estou participando da Promoção “Magia de Ser Mãe” do Cupons Mágicos e Dafiti. Saiba mais na fan page do Cupons Mágicos para ganhar R$ 600 reais em compras!”.
Atenção: Para posts no blog, mantenha os dois links acima! Para posts no Facebook lembre-se de fazer uma tag para a fan page do Cupons Mágicos!
3) Preencha este formulário para que a gente saiba que você está participando.
Pronto!
É bem simples assim!  Boa sorte a todos, pessoal!
A promoção vai do dia 24/04/13 até o dia 10/05/13. O post vencedor será anunciado no dia 13/05/13.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Maternidade x estudos x trabalho

Foto nada a ver com o post diretamente, mas como trato de grana nesse texto, nada melhor
do que ilustrar com uma foto da bebida do capitalismo. Foto da minha querida amiga Audrey <3


Quando engravidei, estava fazendo Letras na USP. Tem quem diga que só exibo onde eu estudava para me achar, mas não é isso. Foi uma conquista minha, e tenho orgulho dela. Não tenho que deixar de falar disso só porque parece falta de modéstia [pode até ser um pouco, mas nem ligo], então já começo falando disso antes que falem depois que tô querendo me aparecer.

Enfim. Entrei na USP em 2010, logo depois de me formar no colégio. Não foi a escolha mais difícil do mundo o curso, apesar de eu ter inclinação a outras áreas também [eu tava, quando fui prestar FUVEST, entre Letras, Psicologia e Física, mas descartei a segunda opção porque não tinha estudado NADA no meu terceiro ano e com certeza não passaria, e na segunda fase para Física tinha química na prova específica], e achei que era isso mesmo que eu queria durante meu primeiro ano. Não tinha aspirações a me tornar professora, mas pensava muito em trabalhar com tradução, editoração, revisão e tal.

Aí comecei a cagar na minha vida acadêmica quando escolhi, no final do primeiro ano, cursar a habilitação de Português e Latim. OK, a parte do português foi tranquila, mas latim? O QUE EU TINHA NA CABEÇA? Foi um primeiro semestre tenebroso o de 2011, e o segundo não foi muito melhor. Além de estar completamente decepcionada com o curso, tive meu problema com drogas e não consegui levar mais nada a sério. Fiquei determinada a prestar FUVEST de novo, pensando em Psicologia ou Ciências Sociais, mas quando vi, já tinha perdido a data de inscrição. Ou seja, seria mais um ano de Letras, ou um ano parada.

Mas como a vida é realmente uma caixinha de surpresas, no final de 2011 eu engravidei. Acabei achando bom que eu não tivesse prestado vestibular, porque eu não teria como aproveitar um novo curso do qual eu sairia, ou o qual eu pelo menos trancaria, quando o bebê nascesse.

Pensei em prestar em 2012, mas não sabia como minha vida estaria agora e o que seria viável fazer. Como me mudei para a Baixada Santista, a USP ficou meio fora de mão para mim. Eu até poderia tentar pegar poucas aulas por semana, ou o máximo em menos dias, para não ficar tanto tempo fora de casa, e caso desse, até poderia levar o Be comigo para São Paulo. E pensei na UNIFESP, que tem em Santos, e tem cursos amor: Psicologia, Terapia Ocupacional e Fisioterapia. Tudo muito lindo. Meu medo é de que os cursos sejam integrais, que aí dificulta um pouco quanto ao que fazer com o Be. Se não forem, posso levá-lo comigo. Ele é tranquilo, e posso sentar com ele pertinho da porta e aí saio se acontecer alguma coisa durante a aula. Simples!

Neste ano, pretendo tentar UNIFESP sim. Não tenho certeza absoluta quanto ao quê. Provavelmente Psicologia, mas tô considerando tanto T.O....e nesses dias pedi informações sobre a área a um amigo que acaba de se formar, e me parece tão legal. Além de ser muito menos concorrido do que Psicologia, e não sei como vou conseguir ganhar tempo para estudar tendo que, agora, conciliar a maternidade com algum tipo de trabalho. Vou começar a estudar agora em maio, quando buscar com uma amiga apostilas de cursinho que ela ficou de me dar.

Aí entra o outro assunto do tópico: trabalho. Desde que engravidei, deixei claro a quem quisesse saber que eu não tenho a menor pretensão de sair para trabalhar este ano. Tive um filho, e ele é minha prioridade no momento. Por enquanto consigo nos manter com a pensão que recebo pela morte do meu pai e a pensãozinha que o Be recebe da família do pai. Mas em julho, quando eu fizer 21 anos, a minha pensão acaba, e lá se vai uma boa parte da minha renda.

Eu vou ter que fazer alguma coisa para compensar, e sei bem disso. Conforme a criança cresce, os gastos tendem a aumentar. Antes, eram só produtos de higiene, fralda e por aí vai, agora tem comida, e o Be é um belo devoradorzinho feroz. Só que eu o acho muito pequeno para deixá-lo com babá agora, ainda que conheça muitas mães que já mandam para creche também desde bem mais cedo, mas eu mesma não acho legal. Ele é muito apegado a mim, e não quero forçar seus limites de entendimento simplesmente sumindo o dia todo e o deixando com uma pessoa desconhecida. Minha mãe encheu o saco para isso, dizendo que pagaria uma babá pro Bernardo e pro Miguel, mas eu já avisei que de casa não saio! Além disso, como eu iria conseguir dar conta de um trabalho de meio período, um bebê e estudar para ENEM? Eu ficaria exausta se conseguisse, e acabaria negligenciando um ou mais desses setores. Além disso, não teria como continuar minha terapia em São Paulo, não poderia mais levar por conta própria meu filho às consultas mensais com a pediatra... iria terceirizar meu filho, e é algo que estou determinada a não fazer.

Tô querendo, na próxima vez que for a SP, deixar anúncios de trabalho de revisão pela USP. Não é nenhum tipo de trabalho grandioso corrigir trabalhos e essas coisas, mas é uma grana que, para mim, já seria muito boa. E gosto de corrigir textos, de reler, de deixar essas coisas certinhas. É uma opção de trabalho, que não é a mais divertida, porque o que eu penso em fazer também, que é mais animado, é artesanato.

Quando eu era menor, eu e minha irmã vendemos bijuterias na escola. Tinha aquela breguice de criança, mas eu era boa, sabia fazer chaveiros, cheguei até a conseguir fazer um porta-moedas de miçanga para uma amiga, Pensei nisso. Não em bijuteria infantil, mas em fazer artesanato para vender. Ainda que eu seja um desastre em muita coisa, não saiba nomes de carro, não saiba arrumar um fogão ou coisas assim, sou boa com trabalhos manuais e artes. E, juntando com o meu objetivo de ficar com o Be ao máximo e poder dispor de tempo para estudar, seria muito bom voltar a trabalhar com essas coisas.

Nesses dias, enquanto pesquisava coisinhas para fazer de lembrancinha para o aniversário do Be, me deparei com o Elo7. Conhecia o site de nome, mas nunca tinha entrado. E o meu primeiro pensamento ao entrar no site foi: QUANTA COISA LINDA! O segundo foi: QUE PREÇO ABSURDO! Vi muita coisa lá que, meu Deus, chega a doer no coração de tão caras. E coisas extremamente baratas de se produzir. Cestas, que podemos facilmente comprar por quinze contos, ganham uma fitinha aqui, um EVA ali, e são vendidas por setenta reais! COMO ASSIM, PRODUÇÃO? Kits de higiene para bebê chegam a duzentos, trezentos reais! Sério, dá até para entender um preço mais elevado quando vem com garrafa térmica e tal, mas dá para achar uma garrafa boa por vinte reais! Bandejas de madeira para esses kits custam menos de dez reais... e tinta para pintar, na moral, não é nenhum absurdo. Não sou a maior entendida da área, mas sei que é um absurdo o quanto querem cobrar por coisas que, no final, não valem tanto. Às vezes, o material nem é caro, mas o trabalho é vendido com preço elevado por conta do trabalho empregado na peça, só que é frustrante ver que gente acha que botar uma fitinha numa caixa faz ela valer trinta, quarenta reais mais do que o custo de produção, Tem coisas lá que são facilmente feitas, como potinhos que apenas ganham letras em EVA e passam a custar seis vezes do que sem, e que não cobram nenhum tipo de esforço para se fazer. Agora, fazer peças individuais, personalizadas, de fato, pede mais tempo e mais cuidado. Aí o aumento do preço é justificado.

Tô querendo muito começar a fazer essas coisas. Pretendo, agora no começo do mês de maio, comprar algumas coisas, fazer modelos para divulgar. Cheguei a ver quanto sairia o material para fazer um conjunto de higiene para bebê [garrafa térmica + dois potes de madeira + bandeja, pintados e a bandeja forrada com EVA], e sabendo pesquisar bem preços, tudo sairia no máximo uns sessenta, setenta reais. Estimando POR CIMA. E aí entro naquele site e isso aí vendido no Elo7 por quase trezentos reais! Cara, eu não sei vocês, mas acho que isso chega a ser meio exploração.  Quem compra esses kits de higiene para bebê são pessoas que estão, justamente, para ter bebê, certo? E cara, os gastos nessa fase são absurdos, não acho que muita gente vá poder gastar trezentos reais em garrafa, bandeja e dois potes, por mais bonitos que sejam.

Agora, preciso fazer um pedido: quem puder, comente, dizendo que tipo de objetos de decoração e utilitários comprariam personalizados, sejam para bebês [que, provavelmente, seriam meu foco] ou não, como esses kits de higiene, abajures, enfeites de porta de maternidade e tal. Vou ver se já compro material para fazer modelos, e logo, se possível, abro uma página aqui no blog para divulgar. Farei tudo de menininho mesmo que aí, caso não comece a dar em algo tão cedo, já terei coisinhas novas para o Be HEHEHE

Enfim, é isso. Peço perdão pela demora pelo post, mas tô sem internet em casa e dependo de outros computadores para postar. Devo voltar logo!

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Direito a um pai


Um amigo meu disse, ainda quando eu estava grávida, uma coisa que ficou na minha cabeça: não é porque damos os ovos que fazemos o bolo, se fosse assim toda galinha seria cozinheira.

Eu quis, desde que desconfiei da gravidez, que o bebê que estava a caminho pudesse ter um modelo familiar relativamente comum, não algo mirabolante ou complexo. Eu pensei que pudesse formar uma família, apesar das peculiaridades da história toda. Nem muito pelo fato de eu ter me apaixonado pelo pai dele, mas porque acho que uma criança deveria ter ambos os pais presentes incondicionalmente, que não precisasse ter OU a mãe OU o pai.

Canceriana idiota e sonhadora que eu sou, esqueci que as coisas quase nunca são como queremos. Achei um poema meu nesses tempos em que eu já falava da decepção que eu começava a ter conforme conhecia melhor o pai do meu bebê. Era doloroso ter que descobrir por conta própria que alguém com quem eu dividiria a coisa mais importante da minha vida não era exatamente o cara gente boa por quem eu tinha me encantado. Aqui vai:


ADEUS, VERÃO


Levarei sua foto comigo
Como uma eterna lembrança no fundo dos olhos
Esconderei seu sorriso nos bolsos do casaco
Como nova camada de pele
Rasgarei os céus por um canto difuso e triste
Ainda que haja nele a alegria dócil de alma livre
E sempre terei nos lábios o sabor do deus hipnótico
Levarei comigo seus olhos, mãos, boca, sexo, êxtase, coração.
Cobrirei os olhos para não desejar
E desta vez pagarei apenas pelos MEUS pecados
Com suas mãos nas minhas frias
Deixarei você ir pela última vez
É o sol de verão que se despede todos os dias
E volta para queimar na manhã
Agora vai-se tarde no outono
E me deixa sonhar solta numa cama de folhas secas

[20/04/12]


Foi por aí que comecei a notar que eu teria sérios problemas com ele. Me dizem que eu não sei lidar com as pessoas, mas tem gente que não quer ser entendida, nem mesmo suportada. Eu fiz muito pelo pai do Bernardo durante a gravidez, até depois do parto, e nunca consegui um obrigado. Sempre que eu fazia algo, recebia um 'Eu não pedi para você fazer nada por mim', e quando deixava de fazer era tratada como grosseira, egoísta e por aí vai. Desde o começo ele deixou claro que não queria o bebê e tentou me convencer a abortar, mas deixei claro que teria o bebê com ou sem o apoio dele. Claro, ele veio com aquele discurso de macho responsável e perfeitinho, dizendo que se não era uma escolha pra mim ter ou não ter, para ele também não era. Ele disse que assumiria e ajudaria, ainda que não fizéssemos planos para ficarmos juntos.

Contudo, logo que comecei o pré-natal no HU da USP, ficou claro que ele não tinha grande interesse na minha gravidez. Sempre o chamava para ir a consultas com a GO e a exames, e ele sempre tinha uma desculpa pronta para não ir. Ele chegou a ir a uma US, que eu achei que serviria para ele se tocar um pouco de que seria pai, mas NADA. Não parecia que a vida dele estava para mudar. E sempre que eu dava um conselho ou qualquer coisa assim, ele agia como se eu o estivesse insultando, dizendo a ele o que fazer ou não. Quando pedi que ele parasse de se drogar, ele falou que eu não tinha o direito de julgar os limites dele, que ele sabia o que fazia ou deixava de fazer, e não quis entender que o que eu tentava dizer era que, quando o Be nascesse, as coisas não mudariam de uma hora para a outra. Que, se ele continuasse naquele ritmo, eu não teria a menor confiança de pedir ajuda a ele num fim de semana, porque saberia que ele estaria incapacitado para fazer qualquer coisa. E ele achando que seria capaz de mudar radicalmente quando quisesse...

Ouvi horrores durante a gravidez, desde que a gravidez era problema meu, que ele não tinha nada a ver com isso, que exames eram só imagens que não importavam para ele, e até crise nervosa ele me fez passar. E não foi uma vez apenas. Passei junho inteiro mal, chorava sempre que me via sozinha, tinha pavor de meu filho não ter um pai presente, de aquele nervoso fazer mal a ele. Fui melhorar só quando saí de SP, que fiquei longe dele. Ficamos quase um mês sem nos falarmos, até que eu o informei de que poderia entrar em trabalho de parto [com 33 semanas exatas, comecei a perder o tampão, mas não deu EM NADA. Tampão trollador.], e ele levou mais uma boa semana, dez dias para resolver vir para Praia Grande pra esperar o nascimento do Be. E eu caminhava, fazia exercício, tomei até chá de canela e cravo pra ver se o Bernardo vinha logo.

Aí chegou o dia dos pais e o paizinho querido dele aprontou. Nem quero entrar em detalhes, porque já contei muito sobre isso, mas ele me fez entrar num quadro nervoso fortíssimo, minha pressão subiu e não descia por nada. Tive o Bernardo numa cesárea de emergência por causa da pré-eclâmpsia. E o pai dele não assistiu o parto, porque ele não teve a menor cara de vir para isso. Eu o informara na véspera de que, se o Be não viesse naquele dia, viria no seguinte, e mesmo assim ele não se moveu para ver o nascimento do filho.

Eu queria ter aqui a foto de quando ele pegou o filho pela primeira vez, que foi o tapa mais bem dado pela vida na cara de alguém. Ele, que tinha querido tanto que eu não tivesse aquele bebê, se encantou no instante em que o viu. Sem falar que o Bernardo era a cara dele quando nasceu [e ainda é, fico puta por gestar nove meses e nascer igual ao pai HEHE], e ainda assim precisei submetê-lo a um exame de DNA pra provar que era filho do dito cujo. Ainda que com a prova em mãos, ele não se adiantou a fazer muito pelo filho. Quem me ajuda muito é a avó paterna do Be, que me paga pensão e o plano de saúde do Bernardo. Eu agradeço muito pelo que ela faz pelo Be, porque eu não sei como seria sem o apoio dela. Tenho certeza de que, se ela não tivesse assumido um compromisso que nem era dela no começo, ele também não teria feito nada. E aí quem estaria se virando para garantir que não faltaria nada pro bebê seria eu.

Quando discutimos sobre o fato de ele ser um pai completamente relapso, ele fala que eu não posso esperar que ele seja o pai que eu queria que ele fosse, mas tô longe de esperar isso! Eu queria um pai pro meu filho que estivesse disponível o tempo todo, que priorizasse o Bernardo, que ajudasse efetivamente, não que se escondesse atrás dos outros para justificar sua ausência. Ele diz que não fica mais perto do filho porque não quer lidar comigo, como se eu ficasse muito feliz de ficar perto de alguém que pisa em mim em toda oportunidade possível. Ele esmigalhou cada pedacinho do que já senti por ele de uma forma irreversível. Foi como lançar um copo ao chão e ainda pisar de botas pros cacos não poderem ser mais encaixados. O que eu falo de ele melhorar como pai é se esforçar para não ser tão inútil como anda sendo. Uma coisa é falhar por fazer seu melhor e ainda assim não conseguir ser o suficiente. Outra coisa é ser inútil porque não quer melhorar.

Como alguém que passa, sei lá, três horas a cada vinte dias com o filho pode querer dizer que está fazendo seu melhor? Como alguém que gasta sem pensar duas vezes toda a grana da semana em cigarro e mimimis, e tem a cara de dizer que não visitou o filho no fim de semana por falta de grana?

Ele não entende que não é questão de que pai eu queria que ele fosse, mas de que pai o Bernardo merece ter. Ele diz que vou colocar meu filho contra ele, mas como posso dizer algo bom do pai dele se ele não quer fazer nada de bom? Eu só não tenho do que reclamar quando ele está, de fato, com o Bernardo: é paciente, amoroso. Mas o problema é ele ficar com o filho. Acho que, somando todo o tempo que ele passou com o Bernardo desde que ele nasceu, não deve dar uma semana. Uma semana na vida de um bebê de quase oito meses! Fazendo uma conta por cima, isso deve dar quanto, 4% da vida do filho com ele? Que paizão, né?

Nós tínhamos conversado, há quatro meses, sobre fazer transição: ele começaria a passar dias inteiros com o Be, fazendo tudo, enquanto eu ficaria apenas nos 'bastidores' para dar mamar quando fosse inevitável ou acalmar o Be quando ele ficasse muito estressado. ADIVINHA? Cada vez é uma desculpa nova, e até agora não começou a ajudar nisso. Nem mesmo depois de eu mandar um texto sobre a importância do pai na fase em que o bebê começa a se desprender da mãe. E ele ainda acha que eu vou simplesmente largar o bebê com ele, sem que ele saiba nem dar banho de uma forma segura! Mereço, né? Ele não quer fazer a parte dele e espera que eu simplesmente confie nele a ponto de deixar o Be com ele sem supervisão. Ele não confia em mim POR ESCOLHA DELE, COMO ELE MESMO DIZ, mesmo depois de tudo o que fiz para que a gente desse certo como amigos pelo menos, e ele acha que tenho que confiar cegamente nele. Não, colega, não vai ser assim!

Eu não quero que meu filho sinta a falta de alguém que só quer ser pai quando tem tempo livre. E não quero ter mais que lidar com alguém que, na frente dos amigos e da família, se faz do bonzinho, de superpai, e a sós age como se eu tivesse o objetivo de arruinar a vida dele. Não posso obrigá-lo a gostar de mim, mas posso exigir respeito. E enquanto ele não quiser ter uma relação pacífica e parar de ataques só porque não aceita opiniões e conselhos [que ele diz ser eu tentando ensiná-lo a ser pai [o que, de certo modo, não seria uma má ideia, já que ele não quer ser por si mesmo]], não quero proximidade. Eu tenho direito a não ser tratada que nem um cachorro, tenho direito a não ter que ouvir merda sempre que tento interagir, não só informar ou fingir uma boa relação.

Não acho que seja demais pedir que, se não pode fazer por ser pai do menino, pelo menos faça para honrar a palavra de que ajudaria. E, se não pode ser uma pessoa melhor e mais prestativa por si mesmo, que seja pelo filho. Modéstia zero, meu filho é uma criança linda, doce, espertíssima, e eu acho que ele merece um pai que se importe de verdade, que o tenha como prioridade. Não acho justo com ele ser tratado apenas como um bichinho de estimação que exibimos em passeios no parque.

Enquanto isso, vou sendo mãe e pai, né.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Bernardo, o pequeno explorador




O Bernardo é uma criatura extremamente curiosa. Não importa o que seja, qualquer coisa que passe em frente aos seus olhões azuis vira objeto de interesse, nem que seja por um segundo. Mas ele tem interesses especiais: animais, crianças e comida.

Sobre gatos, eu já falei. Ele tem um amor nato pelos gatos aqui de casa, e fica enlouquecido com todos eles. Ele acha mais interessante um gato se lambendo do que um desenho altamente colorido na TV, e a mamãe babaca acha isso uma graça HAHAHAH

Tudo pra ele é festa. Ele se distrai com qualquer coisa colorida e/ou que faça barulho. Como falei antes também, ele adora 'não-brinquedos'. Junto com os brinquedos dele, sempre mantenho garrafas vazias, caixas coloridas, nas quais ele vai se agarrar e babar até achar um novo distrativo. E, de preferência, nada 'mainstream', como brinquedos de marca e desenhos famosinhos atualmente.


No dia 16 de março, fomos à festinha de aniversário da filha de uma amiga. Fiquei com um pouco de medo de ele estranhar, porque nunca tinha ficado perto de tanta criança de uma vez, nunca tinha ido a um parque mesmo, e eu tinha medinho [besta] de deixá-lo no chão, com medo de ele virar e meter a cabeça no duro e por aí vai. Sei que é meio paranoico isso, mas ainda tenho muita mania de comparar o Be a outros bebês, porque ele é pequenininho e magrinho e acabo achando bebês da idade dele mais saudáveis e mimimi do que ele. Eu sei que é idiotice minha, que cada bebê é diferente, mas não consigo deixar de me preocupar ao ver o Bernardo parecendo um ou dois meses mais novo que bebês da mesma idade, e acho que toda mãe acaba comparando os feitos dos pequenos aos dos outros nenéns. E como eu acho o Be meio estabanado, tenho medo de ele se machucar, de colocar no chão e ele cair de cabeça e por aí vai.

Mas fui na cara e na coragem e levei o nanico. E não é que foi tudo de buenas?


Essa aí na foto com ele é a Nina, a aniversariante. Ela é uma lindeza, muito fofa. E o Bernardo é encantado por ela. É uma fofura, porque ela é uma japinha que parece indiazinha, e aí fica parecendo uma versão baby de Iracema quando juntamos ela e o Be. Havia outros bebês lá, como o Davi, dez dias mais velho que o Be, e o Nikollas, que estava pra fazer dois anos. O Bernardo adorou, gritou, bagunçou, riu e foi o palhação da festa. Era só passar e mexer com ele que ele abria o sorrisão, super safado o meu bichano.



É legal vê-lo se interessar por tudo e todos. Eu tinha medo de ele se tornar aquelas crianças que não vão com a cara de ninguém, que não se interessam por nenhum brinquedo... e ele é bem fácil de se entreter. Tudo vira diversão, até latinhas de Coca-Cola, um rolo de papel-toalha, uma lata cheia de vidros de esmalte. Ele gosta de coisas coloridas, com várias texturas, que fazem barulhos diferentes. Atualmente, ele está muito encantando com bater palmas para ele. Ele para o que está fazendo para ver quando bato palmas, observa minhas mãos, e parece achar fantástico. Espero que ele aprenda logo a fazer isso HEHEHE agora ele tá aprendendo a 'acenar': do nada ele ergue uma mãozinha na minha direção e fica com ela no alto, me olhando e sorrindo. É uma gracinha.





Com os dentinhos, ele anda se interessando e muito por comidinhas sólidas. Ainda que ele coma a papinha tranquilamente [não nos últimos dias, já que ele tá com uma tosse chatinha e nem quer comer], ele se interessa e muito no momento por comidas sólidas. Ele me vê comendo pão ou qualquer coisa assim, e fica fascinado. Evito dar doces e tal para ele, mas não vai matar, nem a mim nem a ele, dar um pedacinho de pão uma vez ou outra. Na primeira foto acima, ele atacou um pão com presunto e cheddar, e foi fotografado segundos antes de engasgar HAHAHAHA mas isso não o impediu de pegar o pão de novo pra mascar e chupar o queijo. E ele adorou! Tô querendo que venham logo mais dentinhos para ele comer melhor, variar mais o cardápio e deixá-lo descobrir mais comidas e suas texturas e seus sabores!



[O post foi fraquinho, porque tô sem internet e só posso usar o computador da minha mãe em curtos intervalos. Mas logo que puder, volto pra fazer uma boa postagem pra compensar!]

terça-feira, 2 de abril de 2013

Conciliando a maternidade e a depressão


Tenho depressão diagnosticada desde meus onze, doze anos. Recebi o diagnóstico meses depois da morte do meu avô, que ocorreu em agosto de 2003 [e, curiosamente, ele teve o derrame que o matou no dia em que o Bernardo nasceu, dia 17 de agosto], e passei anos fazendo terapia, tomando antidepressivos, e cheguei a achar que eu melhoraria totalmente um dia.

Eu faço este post especialmente para meus amigos que, assim como eu, são depressivos. Quem não é ou nunca foi assim diagnosticado tende a menosprezar o problema, como se fosse uma desculpa para não se fazer nada da vida, uma desculpa para ser inútil. Só tendo para saber que, quando se trata de depressão, nós não somos, como pacientes, um problema, mas temos um problema. Eu vivo cercada por gente que quer falar de preconceitos, que vivem me falando que eu sou oprimida por ser mulher, por ser gorda, por ser bissexual, mas eu digo que nunca sofri realmente por causa dessas coisas. Mas como sofri por causa da depressão...

Estudei por dez anos num dos maiores colégios de São Paulo, o Dante Alighieri, e o detesto profundamente até hoje. Não digo que absolutamente todo mundo era assim, mas garanto que a esmagadora maioria era de filhinhos de papai que viviam num mundo pré-Gossip Girl que queriam de qualquer maneira ser cool e um nome conhecido na escola. Quando eu estava na quinta série, minhas amigas e eu ainda brincávamos de pega-pega no intervalo, e tinha um bocado de meninas da minha sala falando de caras como se fossem mulheres adultas, falando do carinha que beijariam na próxima festa de alguém da turma, e que tratavam nós, as "esquisitas", como se fôssemos pragas. Quando meu avô morreu, eu fazia aulas preparatórias para a primeira comunhão, e a professora chegou a fazer uma roda de orações por ele. Eu achava que assim receberia apoio dos meus colegas, maaas... não. Eu consegui mais um motivo para ser zoada. Eu era a esquisita [mais, né, porque já era a gordinha nerd e bolsista da sala] que tinha um avô morto. E quando comecei a fazer terapia, não sei quanto tempo depois, eu era a louca.

Não me perguntaram se eu estava bem, nem perderam tempo tentando entender a minha situação. Simplesmente começaram a me tratar por louca, como se eu estivesse indo à terapia por ser uma psicopata, uma maníaca ou sei lá o quê. Conforme a depressão ia se instalando, com cada vez menos apoio, fui deixando de lado a vontade de fazer qualquer coisa. Sempre fui uma ótima estudante, mas a partir da sexta série eu não me empenhava mais. Eu perdi o interesse nas coisas, e fui me afundando cada vez mais em livros e internet. Não me agradava mais o contato com outras pessoas. Em casa, estava todo mundo ocupado demais com a chegada do meu irmão mais novo, e ninguém se dava o trabalho de perguntar se tava tudo bem, porque eu ia pra terapia e supostamente isso bastava. Ao invés de ter um problema, aos olhos dos outros eu era um problema. Afinal é muito mais fácil falar assim, não?

Depois de finalmente conseguir fazer minha mãe me tirar daquela m*rda de colégio [porque ela achava lindo falar que as filhas estudavam em colégio tradicional, mesmo que para isso tivéssemos bolsa de estudos há anos e eu odiasse cada segundo naquele lugar], fui para um outro muito mais mente aberta, onde começar do zero para mim foi uma maravilha. Eu não era diferente ali por não poder passar minhas férias em Nova Iorque, nem por ser bissexual [e quando entrei nesse colégio eu tinha acabado de terminar com a minha ex], nem por fazer terapia. Inclusive conheci muita gente justamente por essas particularidades. Muitos amigos que eu fiz iam ao psicólogo, ficavam com gente do mesmo sexo, tinham problemas ao invés de bancar os perfeitinhos. É claro que gente pedante existe em todo lugar, mas aqui era mais facilmente ignorável.

Contudo, minha depressão não sumiu nessa época. Enquanto minha vida na escola deixava de ser um problema, e eu fazia amigos nela e fora, a situação em casa piorou. Nunca tive uma relação boa com a minha mãe, e nem nunca vou ter, provavelmente. Mas foi então que as humilhações pioraram. Ela nunca me tolerou da maneira que eu sou, e ela foi mais uma que subestimou a minha doença. Para ela, deveria bastar me enfiar numa terapia e nem tocar mais no assunto. Além disso, eu me tornei a vagabunda, a maldita, a desgraçada, e por aí vai... é muito fácil falar que ama um filho, o difícil é realmente se importar, estar do lado quando as coisas estão complicadas. E nisso descobri as drogas, comecei a beber todo fim de semana, isso quando não durante a mesma. E onde estava minha mãe? Me ignorando, como sempre.

Parei a terapia com uns dezessete anos, antes de terminar o colégio. Pensei em voltar durante a faculdade, mas não podia bancar em particular e não gostava muito do projeto na faculdade de Psicologia ali. Então abandonei a ideia de voltar de uma vez, mas continuei tomando meu antidepressivo.

Eu tive poucas crises por causa da depressão durante esses anos, mas todas, para mim, tiveram certa seriedade, e todas me marcaram. A primeira foi quando eu tinha uns quinze anos, que tomei alguns calmantes, fiquei grogue, e minha mãe me levou ao hospital. Enquanto isso, ela mandou o maridinho dela e minha irmã lerem meu diário pra saber o que tinha acontecido, viram, e ela me ridicularizou, como se aquilo tivesse sido só uma birra sem motivo, nem quis saber o que tinha me acontecido. Depois disso, passei a me cortar. Tinha visto uma amiga de colégio achar alívio naquilo, e tentei também. Não aconselho a ninguém isso, porque a sensação é viciante. Ao mesmo tempo que dá um alívio momentâneo, aos poucos se torna uma necessidade sentir dor. Você acaba trocando a psicológica pela física, e isso está longe de ser uma solução.

A segunda crise foi pouco antes de engravidar. Eu tive um problema muito grave com cocaína, e no auge cheguei a usar três vezes no mínimo por semana. Deixava de comer para cheirar. As festas só valiam a pena se eu convencia alguém a dividir um pino comigo. Quando resolvi parar, depois de dois grandes amigos meus me dizerem que eu tinha mudado por causa da droga e me fazerem notar que aquilo estava já afetando os outros ao meu redor, eu tive uma crise. Eu tive um acesso de choro incontrolável, de pânico, quebrei meu quarto todo e, antes que eu visse, eu tinha passado um estilete mais de trinta vezes no braço, ainda que soubesse, pelo cutting de anos antes, que aquilo não resolveria nada. Quando vi que não podia ficar sozinha, corri para a casa desses amigos. Foi a única vez em anos que ela foi mãe e não juíza.

Quando engravidei, logo meu medo foi de entrar em uma depressão profunda de novo. Como não tive uma gravidez tranquila psicologicamente, chorei muito no final com medo de entrar em depressão pós-parto e ser incapaz de cuidar do Bernardo. Eu tinha pavor de não poder ser mãe como eu queria. Tinha pavor de que eu poderia negligenciar meu filho, de não dar o amor de que ele precisaria. E depois que ele nasceu, o medo continuou enorme. Eu tinha medo de não aguentar o tranco, de não conseguir lidar com todas as tarefas como mãe [e ainda solteira], de deixá-lo passar por algum tipo de necessidade não-atendida.

Eu tive muitas crises de choro desde que o Be nasceu, fossem de amor ou de angústia. Tenho momentos em que olho para ele e me acabo de tanto chorar só de notar o quanto o amo, e como ele depende de que eu evite errar. E, sabendo que tenho algo sempre me empurrando para baixo, o pavor de falhar com ele também é imenso. Eu queria ter a segurança de que eu nunca o deixaria sofrer por erros meus, mas não tenho, e isso me consome a cada segundo. Acho que é só pelo Be que ainda não afundei na depressão de novo. Ele é uma lanterninha que me impede de ficar totalmente no escuro. E ainda assim ele precisa que eu sempre ache uma pilha para alimentá-lo. Assim como ele depende de mim, eu dependo dele. Isso é amor.

E minha salvação, espero.

Ser mãe e estar novamente em terapia por conta da depressão me dá muitas sensações diferentes. Ao mesmo tempo em que me sinto forte por estar me tratando novamente, sinto uma pressão sobre os ombros o tempo todo. Eu não posso falhar, porque não é mais só a minha vida que depende da minha força. Eu tenho um motivo muito maior do que tudo mundo, pelo qual eu preciso ficar bem. Não é mais só questão de vencer a depressão para ser uma pessoa mais feliz, mas para ser uma mãe melhor.

Um modelo legal, até que enfim!

Galera, este é um post rápido só para falar sobre a organização do blog.

Finalmente consegui fazer uma imagem legal para o topo da página. Meu computador tá sem mouse [ó a pobreza HAHAHA], então tô aproveitando que estou no da minha mãe para fazer a ilustraçãozinha. É bem simples, mas eu gostei.

Ali nas guias, coloquei contatos [apesar de a maioria que visita o blog o fazer justamente por me ver em outras redes e minha encheção para divulgar o blog HEHEHE], e tem fotos agora do Bernardo, de quando ele nasceu, dos seus primeiros dias de vida e como o bichano está agora. E, como não sou palhaça, o pedido de sempre: comentem! Nessa página tem comentários abertos também.

Agora estou preparando um novo post, até mais tarde (:

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Mãe solteira, mas não sozinha



Eu nunca pensei, na minha vida, que seria mãe solteira. Como falei no post da mãe moderna, eu tinha meus planos de formar uma família: acharia alguém legal, casaria com uns vinte e três, vinte e quatro anos, e em mais dois viria o primeiro filho. Sempre quis uns três ou quatro. Eu sabia que poderia ser mãe antes ou depois dessa idade, mas sempre me via com um namorado, um marido...

Quando engravidei, esperei que pudesse ter uma companhia nessa empreitada. Como fiquei grávida de alguém que mal conhecia, eu sabia que não seria simples assim, mas eu tinha uma esperança de que, fosse apenas por isso ou não, eu fosse poder conhecer melhor o dito cujo, quem sabe rolasse uma coisa mais séria, pudéssemos formar algo próximo a uma família comum. Contudo, logo ficou claro que o interesse era apenas meu, que ele continuava ocupado demais querendo o mundo todo, esperando a próxima festa, ansioso pelo próximo que comeria [é, próximO]. Minha esperança morreu logo nas primeiras semanas de gravidez. Para mim, ficou óbvio que eu estava nessa sozinha.

Eu sabia que nunca seria como eu imaginara antes. Tinha um coração partido, minha fé nos contos de fada destruída, mas queria acreditar que iria ficar tudo bem.

Quis então, quando comecei a ver todos os meus sonhos para com o bebê se esvaindo, que pelo menos pudesse ser tudo tranquilo. Quis ter uma gravidez tranquila, quis ter aquele carinho especial que só recebemos quando grávidas. E tive, tive mesmo. Menos de quem estava ali, supostamente comigo na situação toda. Meus amigos me cercavam o tempo todo, sempre tinha alguém que me ajudasse em qualquer coisa que eu precisasse, mas não tive o pai do meu filho por mim em momento algum. Insisti para que ele me acompanhasse a exames e consultas com a G.O. quando ainda me consultava no Hospital Universitário, e ele chegou a ir a uma US, e achei que isso o animaria com a gravidez e tudo o mais.

De trouxa que sou, acreditei que eu pudesse ter pelo menos um apoio emocional dele durante a gravidez, Contudo, lá pelas vinte e cinco semanas, tudo começou a ser um inferno. Ele começou a ser grosseiro do nada, jogou na minha cara muita coisa que me doeu muito, começou a me tratar como inimiga. Chegou a me humilhar em público, gritando comigo quando eu tentava a ajudá-lo -tantas dessas vezes por ele estar bêbado que nem um cachorro numa noite de semana, sem ter como voltar para casa, e pedindo que ele parasse de se drogar e tendo que ouvir que eu não tinha nada a ver com a vida dele, que eu era uma intrometida e por aí vai, Ouvi que exames eram apenas imagens e que ele tava pouco se f*dendo pra eles, que se algo acontecesse ao Bernardo antes de ele nascer, seria apenas algo que não deu certo. Minha depressão, que eu controlava bem há quase um ano, começou a se agravar novamente, e eu voltei a ter crises de choro terríveis quase diariamente. Eu admito que pensei muitas vezes em suicídio, como eu não pensava há anos. Sabia que isso era terrível, mas eu tinha tanto medo de meu filho não ter pai, de eu ter que explicar para ele, quando ele já fosse maior, por que o pai dele nunca ligava... sim, eu estava pensando no futuro, mas é isso que nós, mães, deveríamos fazer. Temos uma outra vida agora que não podem depender de sorte para não pisar uma tábua podre. Temos que ter planos B para os próximos tempos, temos que nos arrebentar, se for o caso, para que eles nos tenham como ponte sobre os buracos.

Eu não escondo que eu tive um grande sentimento pelo pai do Bernardo. E não escondo que ele pisou em mim até que cada pedacinho do meu amor se tornasse areia. Em um ano, ele me feriu de uma forma que nunca julguei possível de suportar, mas eu superei, ó que amor!

Ser mãe solteira significa ter responsabilidade total pelo Bernardo. No começo, de vez em quando, eu ainda convencia alguém a dar um banho dele porque minhas costas doíam [e nossa, como doíam], a dar um colinho enquanto eu mesma tomava um [e ainda não me sentia confiante o suficiente pra tomar banho com ele no chuveiro] e por aí vai... mas nunca tive alguém que ficasse com ele uma noite para que eu pudesse dormir bem. Nunca tive alguém que ficasse com ele um dia todo para que eu ficasse livre para cochilar, comer, tomar banho, dar uma volta, só responsável pelo tetê dele. E, antes que falem que é porque eu não quero, é porque é questão de princípios: o filho é meu, a responsabilidade é minha. Uma coisa é alguém se oferecer para isso, outra é eu pedir para alguém assumir tarefas com as quais eu me comprometi de forma tão grandiosa.

Quem deveria estar dividindo essas tarefas não está nem aí. É fácil querer levar o Bernardo para apresentar pros amigos, pra peguete ou pra quem for. Quero ver é contar que fala que eu que sou grosseira, que eu que fiz m*rda nessa relação toda e que é por não poder tirar o Bernardo de mim que não passa mais tempo com o filho. Quero ver contar que aprontou cinco dias antes do filho nascer e por isso nem pôde assistir ao menino vindo ao mundo. Quero ver contar que nem se dá o trabalho de ligar pra ver se precisamos de alguma coisa.

Eu tive que abrir mão da minha faculdade [que nem é muita coisa, já que estava querendo sair antes], sair da minha cidade para vir para um lugar que eu odeio profundamente, deixar meus amigos para trás e viver isolada do mundo. Tive que adiar muitas coisas que eu queria estar fazendo neste momento, no auge dos meus vinte anos, por ter escolhido ter meu filho. Tive que rever meus conceitos quanto a muita coisa, e replanejar meus próximos anos. E o outro lá achando que é muito trabalho abrir mão de gastar todo o dinheiro e o tempo dele de fim de semana para vir ficar com o filho.

Eu chego a achar meio absurdo quando falo com amigos sobre ir vê-los em São Paulo e eles ainda me perguntam se o Bernardo vai junto. Desde que ele nasceu, o maior tempo seguido que passei longe dele foram as seis horas que levei para ir registrá-lo em outra cidade, três dias antes de ele fazer um mês de vida. Fora isso, só fico longe dele se preciso ir à farmácia/mercado/qualquer lugar e tem algo que me impede de sair com ele, como chuva. E ainda saio com o coração meio apertado. A única vez que fiquei fora por mais de uma hora, nos últimos tempos, foi quando passei mal e precisei ir ao hospital, que deixei o Be com a minha vizinha e foi péssimo, porque foi justamente no dia em que ele tomou vacina e ficou chatinho.

Ainda mais absurdo é o pai do Bernardo, que acha que tem muitos direitos a cobrar sobre o menino. Ele não trabalha porque NÃO QUER [e nada me faz pensar o contrário -ele não é nenhum incapaz para estar há quase um ano e meio ciente de que seria pai e não ter arranjado um trampo até agora], não liga pra saber se precisamos de alguma coisa [por exemplo, veio hoje todo de mimimi e nem perguntou se o filho tava vivo], veio UMA vez desde outubro ver o menino e acho que, se eu não o tivesse encontrado em São Paulo desde então, teria sido essa a única vez em que veria o filho nos últimos meses. Ele é cheio de querer apresentar o filho pros amigos, pra sei lá mais quem, sempre quer vê-lo quando vou pra lá, mas quem disse que ele tá fazendo alguma coisa? Eu acabo me sentindo uma idiota, porque eu tenho o trabalho de cuidar do Be, dar tudo de que ele precisa, sou eu quem fico dormindo picado a noite toda para cuidar dele, e o pai, que não faz nada, quer cobrar direitos. Mereço, né?

Apesar de tudo, cada vez me convenço mais de que ser mãe solteira é uma delícia. Ainda que eu não tenha ajuda, também não tenho que dar satisfação a ninguém sobre como crio meu filho. Cabe a mim, e unicamente a mim, as decisões do dia-a-dia -como dar banho, que rotina estabelecer, como entreter. Estou criando um filho meu, e não 'nosso'. Um pouco que eu sinto que ele não tem pai, porque o que ele tem é completamente alheio às responsabilidades, não participa da parte burocrática de se ter um filho. E ser mãe solteira não significa ser mãe sozinha. Tenho gente presente em cada passo que dou nessa jornada que é a maternidade. Tenho amigos que sabem cada coisinha do Be, que acompanharam cada primeira vez do Bernardo, fosse o sorriso, o dente, a papinha. Tenho as meninas lindas do BabyCenter, com quem divido experiências e 'causos' que, mesmo não sendo presenças físicas, são gente em que penso todo dia, a quem acabei ficando apegada. É difícil às vezes, porque temos um limite e muitas vezes chegamos nele e não temos um apoio, mas é ainda mais forte a satisfação de não ter que dividir nossos pequenos com ninguém.

O Bernardo vai ficar comigo até começar a falar. Antes disso, nem que aquele idiota me pague vai ficar com o Be, porque eu não confio e ele vai ter que  arcar com algum tipo de responsabilidade antes. Enquanto meu filho não puder me puder dizer o que acontece, o que sente, ele não vai sair da minha vista, nem para ir a uma escolinha, em que não quero ter que colocá-lo antes dos dois ou três anos. Pretendo trabalhar em casa logo para poder ficar com ele e ter uma renda minha além da pensão dele, e que assim continue por um bom tempo. Ele é minha prioridade agora e, ao contrário de muita gente que acha que filho só acaba com a vida, espero a maior recompensa de todas: ver chegar a hora dos sonhos que eu adiei e ter alguém ao meu lado incondicionalmente, uma companhia até o fim da vida.