quarta-feira, 27 de março de 2013

Cesárea não é sapato!




No último post, pedi que comentassem e sugerissem um tema para post. A Daniela sugeriu que eu falasse sobre cesárea e os contras de fazê-la sem necessidade. Quem me conhece sabe que, mesmo antes de eu ter o Bernardo, eu já achava um absurdo quem faz cesárea só porque tem medo de parto normal, quer escolher a data em que o bebê vai nascer e mimimi.

Desculpa, mas acho que arriscar o bem-estar do seu filho por futilidades é um egoísmo sem precedentes.

Eu tive cesárea, e não foi porque eu quis. Foi porque eu entrei em pré-eclâmpsia, cinco dias antes de ter o Bernardo. Eu já cansei de contar essa história, e realmente não quero falar sobre isso agora, mas eu passei muito nervoso nos últimos dias de gravidez por conta de um escândalo que o pai do Be armou, ouvi absurdos, e tive que tomar medicação para baixar minha pressão, e de nada adiantou.

Isso tudo começou, na verdade, seis dias antes do parto, mas foi piorando justo no dia dos pais do ano passado, 12 de agosto. E os dias seguintes foram só de nervosismo, de ter que ficar deitada do lado esquerdo para ajudar a pressão durante a noite, de chorar sem parar e sem motivo... no dia 16 de agosto, pela manhã, eu tive consulta com o meu GO em Santos, e eu contei sobre a pressão subindo, ele a mediu e estava alta, mesmo estando medicada. E disse que, como no dia seguinte eu já faria 39 semanas, já não teria tanto risco para o bebê fazer uma cesárea, até porque no momento era a melhor opção. Só que eu já fiquei com um pé atrás porque o idiota era um cesarista assumido e, desde o começo de julho, ele queria me convencer a fazer cesárea, sem me apresentar qualquer razão pra isso. Como um cereja no topo desse bolo de mimimis dele, ele veio com a história de que a médica que o auxiliava nos partos estava cobrando dele mil reais por procedimento, e que o que ele recebia dos planos de saúde não cobria mais. Coitadinho, né? Ele tentou me convencer a marcar a cesárea para o dia seguinte, que ele estaria atendendo na Casa de Saúde Santos, em Santos, mas eu disse que conversaria com a minha mãe antes, porque eu não tinha como levantar o dinheiro sozinha até o dia seguinte [e, estranhamente, tinha que ser em dinheiro vivo].

Minha mãe ligou lá na CS, porque ela conhece gente lá, já que ela trabalha na filial da Praia Grande. Disseram que não estavam sabendo de nenhum tipo de cobrança desse gênero, e que era para eu fazer uma US imediatamente e seguir para lá que já me internariam e fariam o parto.


Mas não. Cheguei lá seis e pouco da tarde, passei no PS obstétrico, e o médico que me atendeu -um amoooooor, queria muito ter feito meu parto com ele -disse que, como eu estava com a pressão alta, minha cesárea era de risco, e era melhor fazer no dia seguinte, chegando cedinho, que o plantonista faria o procedimento.

No dia 17 de agosto, pela manhã, voltei à Casa de Saúde, passei com uma outra médica super fofa, que viu meu cartão de gestante e perguntou se eu preferia esperar que meu médico, que estaria ali à tarde, e eu contei a ela a história toda do dinheiro que ele tinha pedido pelo procedimento, e ela estranhou. Ela logo me mandou pro pré-parto, onde fiquei um bom tempo dormindo e lendo [ó que coisa boa para se ler antes de ter um filho: 'Eram os Deuses Astronautas?'], porque meu plano de saúde ficou de mimimi pra liberar a internação. Quando era já umas onze horas, a enfermeira veio me dar aquela camisola horrorosa e me colocar no soro. Juro. Foi a única vez na minha vida que conseguiram errar a minha veia, e eu chorei de dor. Eu tenho horror a agulhas, e agulhada na mão é cruel, ainda mais quando a enfermeira esperta erra minha veia. Ah, e antes do parto conheci a médica que ia fazer a cesárea. Olha que ironia: era a mesma doutora que o meu GO acusou de querer tirar grana dele, e ela me disse que isso não tinha NADA a ver.

Não senti nada na cirurgia. Nadinha. Só enjoo quando a anestesia começou a fazer efeito. Ver o Be foi a coisa mais gostosa que eu já vivi. Ele era lindinho, não era joelhão e era a cara do pai HAHAHAH

Só que o pós-parto, as duas horas em que fiquei num quarto sozinha esperando o final da anestesia, foi horrível. Eu chorei muito. Eu queria ter ajudado meu filho a nascer. Não queria ter passado por uma coisa como a cesárea. Queria que a minha gravidez não tivesse tido uma interrupção tão brusca.

Durante a gravidez, li muito sobre partos, apesar de já convencida a tentar o normal. Cesárea, pra mim, nunca deveria ter começado a ser considerada opção, porque é um absurdo mãe que quer fazê-la sem uma necessidade real, e quase mais absurdo que isso é médico que manipula a paciente para convencer a fazer a cirurgia só pelo próprio conforto.

Aqui vai um artigo que eu sempre indico quando falo dessa questão:

Cesárea: 9 razões para desmarcar

Se você já agendou o parto cirúrgico, leia essa reportagem e pense de novo. Pode ser que você mude de ideia
Por Paula Montefusco, neta de Florinda, Mario, Maria e Ângelo

No Brasil, quando alguém pergunta para uma grávida quando nasce o bebê, muito provavelmente vai ouvir mês, dia e hora. O Brasil está entre os recordistas mundiais em cesárea. Em 2006, registramos uma taxa de 80,7% de partos cesarianos na rede particular. O SUS, responsável por 80% dos partos realizados em território nacional, teve 30% de cesarianas, quando o recomendado pela Organização Mundial da Saúde é de, no máximo, 15%. Ao todo, 40% dos partos realizados no Brasil são cirúrgicos, por uma série de motivos que já discutimos aqui: a baixa remuneração dada pelos convênios, comodidade dos médicos e, sim, preferência de muitas das mães, que querem ter controle sobre a data de nascimento do filho e pensam também evitar a dor. Entre as consequências está o aumento de bebês prematuros, com todos os problemas decorrentes, entre eles necessidade de internação na UTI. Um estudo da Unifesp revelou que, no Brasil em média 60% dos nascimentos acontecem por volta da 37ª ou 38ª semana de gestação. Convencida?

Se ainda está na dúvida, reunimos nove motivos para você desmarcar a cesárea e considerar o parto normal, mesmo que seja o induzido, quando são usados medicamentos que simulam os hormônios liberados no trabalho de parto. Ele pode ser melhor do que a cesárea porque mãe e filho passam pelo trabalho de parto, juntos. No caso de gestações de alto risco, como as de mulheres que têm pré-eclampsia ou diabetes gestacional é possível fazer o parto normal sem problemas, contanto que as doenças estejam sob controle. Caso seu problema com o parto normal seja medo da dor, lembre-se de que, na cesárea ela também existe, não durante, mas depois: a recuperação é mais longa e dolorosa.

Para ativista do parto humanizado britânica Janet Balaskas, autora do livro Parto Ativo, o parto normal não precisa ser uma experiência dolorosa. Segundo Janet, a mulher deve tomar as rédeas de seu próprio parto. Para isso, ela trabalha com exercícios e posições baseados na yoga, em que a grávida mentaliza a criança e como o processo está sendo realizado pelo seu ponto de vista. É uma tentativa de se colocar no lugar do outro para percorrer o trajeto do trabalho de parto em vez de apenas sofrer com as contrações. Mas, para quem não está tão centrada assim, sempre dá para pedir ajuda ao anestesista. E se você não mudar de ideia, tudo bem, a gente faz coro com a obstetra Luciana Taliberti que resume tudo: "O melhor parto é o que seja bom para mãe e bebê, o importante é que ele nasça com saúde e que o parto tenha um resultado feliz."

1 - Você não precisa dela
"Em 90% das vezes a mulher não precisa de cesárea, ela pode parir sem ela. Então para que marcar a cirurgia?", questiona a obstetra Andrea Campos. Segundo a médica, os principais motivos para considerar fazer uma cesárea acontecem durante o trabalho de parto e não podem ser previstos com antecedência, como a dificuldade de o bebê descer pelo canal de parto.

Outras indicações comumente usadas para justificar a cesárea geralmente podem ser contornadas, como circular de cordão (quando o cordão fica enrolado em torno do pescoço do bebê), que acontece em 30% dos casos. A ausência de dilatação, justificativa usada em grande parte das situações pode ser explicada pela falta de contrações regulares. Se a mulher está sem dilatação, provavelmente ainda não entrou em trabalho de parto, pois, para haver dilatação, é necessário haver contrações. Caso a mulher não entre em trabalho de parto, ainda é possível induzir as contrações com uso de hormônios injetados na veia ou com ruptura da bolsa, que pode estimular o início das contrações nas primeiras 24 horas.

2 - O bebê tem de estar pronto para sair
É muito comum acontecer um erro de cálculo e o bebê nascer com a idade gestacional abaixo do esperado. O médico pode achar que está tirando uma criança com 39 semanas e ela ainda tem 37 ou 38, por exemplo. Por mais que os ultrassons atuais sejam bastante precisos, isso ainda pode acontecer. O problema é que, se você fizer a cesárea antes que o bebê esteja pronto, os pulmões dele podem não estar prontos. Como os pulmões são os últimos órgãos a se formar, pode acontecer de eles não estarem maduros o suficiente para uma vida extrauterina. Aí podem acontecer casos de desconforto pulmonar: o bebê tem dificuldade de respirar e pode precisar da ajuda de aparelhos ou, ainda ter de passar um tempo na UTI.

Segundo Laura Gutman, autora do livro A Maternidade e o Encontro com a Própria Sombra, o conceito de data provável de parto não pode ser levado ao pé da letra porque se trata de uma estimativa: "Realizar uma cesárea antes do início do trabalho de parto é uma prática perigosa, na maioria dos casos irá nascer um bebê prematuro."

3 - Se o bebê não passa pelo canal vaginal da mãe ele deixa de receber bactérias importantes para a formação de seu sistema imunológico
Quando ele passa pelo canal sua pele é colonizada pelas bactérias da mãe. Esse contato é importante para a defesa do organismo porque, logo que vier ao mundo, já vai ter de lidar com bactérias estranhas ao seu organismo, como as do próprio hospital. Mas cuidado, esse contato pode também expor a criança a doenças transmissíveis pelo contato com a genitália da mãe como a hepatite B e C, HPV, herpes genital e HIV. Se a mãe fez o pré-natal direitinho, as chances de que o bebê contraia doenças desse tipo é muito menor. Uma das teorias é que o contato com as bactérias maternas seria um fator protetor contra alergias. Um estudo finlandês publicado no Journal of Allergy and Clinical Imunology mostrou que pessoas que nasceram de cesárea são três vezes mais suscetíveis a manifestar asma.

Outra pesquisa, feita na Alemanha e publicada no Pediatric Allergy and Immunology, descobriu que bebês que nascem por cesariana têm mais chances de desenvolver alergias alimentares até os dois anos de idade. Já um estudo feito em 2008, e que acompanhou crianças desde o nascimento até os 9 anos verificou que crianças nascidas por cesárea com pais que tinham alergia ou asma tinham duas vezes mais chances de desenvolver alergia e rinite alérgica. Uma pesquisa da USP levantou que, em crianças que nascem de cesárea, as chances de desenvolver um quadro de obesidade ao longo da vida aumenta em 58%.

O estudo acompanhou 2.057 pessoas do dia do nascimento aos 25 anos e descobriu que 15,2% dos bebês nascidos por cesariana estavam com o Índice de Massa Corpórea acima de 30 - o que indica obesidade. Entre aqueles que nasceram de parto normal, apenas 10% eram obesos. Outra doença mais comum entre pessoas que nascem de cesárea é a diabetes tipo 1. É isso o que diz um estudo da Queen's University, no Canadá. Segundo a pesquisa, bebês nascidos por cesariana têm 20% mais chances de desenvolverem diabetes tipo 1.

Outro risco é de desenvolver doença celíaca, caracterizada pelo "autoataque" do organismo ao intestino delgado quando são ingeridos alimentos que contém glúten como trigo, centeio, cevada, aveia e malte. De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Medicina de Hannover, na Alemanha, a probabilidade de ter a doença celíaca é 80% mais alta em crianças que nascem por cesárea.

4 - Quem tem que decidir a hora de sair é o bebê
"Quando o bebê está pronto, ele dá o 'start' para o trabalho de parto", defende a obstetra Andrea Campos. Durante o trabalho de parto, o bebê sofre influência de uma cascata hormonal, com as contrações ele recebe a massagem intrauterina e é avisado de que vai nascer e pode se preparar até que finalmente nasça. "E, para passar pela bacia, o bebê ajeita sua cabeça, descendo de uma maneira ativa pelo canal de parto. Na cesárea isso não acontece, o bebê nasce de maneira passiva porque é retirado do útero", completa.

5 - Se ele não recebe a massagem nos pulmões ao sair, o risco de desconforto respiratório aumenta
No parto normal, a passagem pelo canal vaginal comprime o tórax do bebê e estimula a saída do líquido amniótico para que o ar possa entrar. Se isso não acontece, o bebê fica com dificuldade para respirar e tem de receber oxigênio artificialmente ou ser entubado. Os casos de desconforto respiratório correspondem a 60% das internações na UTI Neonatal. "Aproximadamente 12% dos bebês que nascem de cesariana eletiva (a cesárea marcada) vão para a UTI. No caso dos bebês que nascem de parto normal, o número cai para 3%", conta Renato Kalil, ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana.

Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), fetos de 37 a 38 semanas de gestação possuem 120 vezes mais chances de apresentarem desconforto respiratório desta ordem em comparação aos fetos com mais de 39 semanas.

6 - No pós-parto a recuperação é mais lenta e dolorosa

O tempo de internação do parto normal é de 48 horas após o nascimento, para a cesárea este número sobe para 72 horas. E, enquanto depois do parto normal já dá para retomar as atividades de rotina no dia seguinte, na cesárea o tempo para realizar tarefas simples como dirigir podem levar até dez dias. O corte da cesárea atinge sete camadas de pele, tecido e músculo até chegar ao bebê. São eles: pele, gordura, fáscia muscular, músculo, peritônio parietal, peritônio visceral e útero. Depois de retirar a criança, cada camada é costurada separadamente. Ao todo são cerca de 75 pontos. O abdômen fica distendido e a mulher sente dor por duas ou três semanas.

7 - A cesárea oferece maior risco de complicações maternas
Sendo uma cirurgia de médio porte, a cesárea oferece todos os riscos de uma cirurgia, seja durante a operação em si, durante o período de analgesia ou no pós-operatório. Como em todas as cirurgias, existe o risco de sangramentos, complicações e infecções. Na cesárea a mulher perde cerca de um litro de sangue, o dobro do parto normal. Dados divulgados pela ANS atestam que a mortalidade materna é 2,8 vezes maior nas cesarianas eletivas sem emergência do que no parto vaginal.

8 - A cesárea aumenta os riscos de complicações na próxima gravidez
Se a mulher já fez uma cesárea há o risco de que ela tenha placenta prévia, que é a fixação da placenta em um lugar indevido da parede uterina causando maior risco de hemorragia (por vezes ela se aloja no colo do útero e a mãe precisa ficar em repouso absoluto) e prematuridade. Entram para a lista de riscos a placenta acreta, que é quando a placenta se fixa à parede do útero intensamente, provocando hemorragia ao sair. A mãe pode precisar de transfusões sanguíneas e ter ruptura uterina ou até precisar retirar o útero, impossibilitando-a de ter mais filhos.

Insistir na cesárea é algo comum, não é à toa que a gente ouve falar: "uma vez cesárea, sempre cesárea". Mas é possível, sim, fazer um parto vaginal depois de uma (duas, três...) cesárea(s). Apesar disso, nos Estados Unidos, a incidência de cesáreas recorrentes é de 92%. Em média, 66% das mulheres que fazem cesárea por lá poderiam ter tido o segundo filho por VBAC, sigla para Vaginal Birth After Caesarean (parto vaginal depois de cesárea), mas a maioria escolhe a cesariana novamente.

9 - O leite demora mais para descer
A ocitocina, um dos hormônios que provocam as contrações também é responsável pela descida do leite, razão pela qual a taxa de sucesso na amamentação é maior nas mulheres que tiveram parto normal. Depois do parto normal já é possível colocar o bebê sobre o corpo da mãe, sugando o peito. Na cesárea isso não é possível porque o abdômen da mãe está aberto e tem que ser fechado depois da saída do bebê.

A Organização Mundial da Saúde aconselha que o bebê mame já na primeira hora de vida e isso acontece com maior freqüência com crianças que nascem de parto normal. Segundo estudo da Fiocruz isso acontece com 22,4% dos bebês que nasceram por parto normal contra 5,8% dos bebês que nasceram por parto cesariano. Ainda de acordo com o estudo, a primeira mamada pós-parto demora em média quatro horas para mães que fizeram parto normal e dez horas para aquelas mães que tiveram seus bebês por cesárea. Sem contar que, caso o bebê nasça prematuro por erro de cálculo na data ideal de nascimento, pode ainda não conseguir sugar o seio e precisar receber alimentação artificialmente. Claro que muitas mulheres que fizeram cesárea amamentam sem problema, mas que é um fator desfavorável a mais, isso é.

Quando a cesárea pode ser uma boa opção (ou não)
Aqui a cesárea não é obrigatória, mas talvez seja uma boa opção. Converse com seu médico e veja o que ele tem a dizer caso você se encaixe em uma destas situações

- Gravidez gemelar

O trabalho de parto pode se estender e a oxigenação dos bebês pode ficar comprometida

- Bebê pélvico ou transversoExistem manobras para colocar a criança na posição certa para nascer. Quando elas não dão certo, não tem jeito, tem que ser cesárea

- Criança com circular de cordãoDependendo do lugar em que elas estão e da quantidade, a cesárea pode ser o mais recomendado

- Bebê prematuroQuando o bebê é muito novo pode ser considerado muito sensível para passar pelo canal vaginal

Quando a cesárea é necessária?Às vezes optar pela cesariana é uma questão de vida ou morte, mãe ou bebê podem estar em perigo e é preciso fazer o parto rápido. Fique de olho para estas condições

- Desproporção cefalo-pélvicaA cabeça da criança é muito grande em comparação à bacia da mãe. Mas isso só pode ser constata do uma vez que a mulher está com dilatação total. Então, mesmo se você faz o tipo mignon não se preocupe antes da hora

- Sofrimento fetalE isso não quer dizer, necessariamente, mecônio no líquido amniótico (as primeiras fezes do bebê, que tingem o líquido de verde). O médico vai analisar os sinais vitais da criança e a progressão do trabalho de parto para ver se o parto normal é viável ou não

- EclâmpsiaQuadro de hipertensão característico à gravidez, nela, a mãe apresenta convulsões, inchaço e pressão alta. Para evitar que o quadro se agrave e a mãe morra, a solução é fazer o parto assim que a criança puder sobreviver fora do útero

- Placenta prévia totalQuadro em que a placenta é fixada na saída do canal vaginal, impedindo a passagem da criança.

FONTE: REVISTA PAIS & FILHOS
Gente, me digam se aí ou em qualquer artigo médico NO MUNDO a cesárea é indicada em casos de homenagem ao cachorro, ou para que o filho não nasça com o signo indesejado. Sim, tem mãe que escolhe por isso. Nesses dias, no BabyCenter, li o comentário de uma mulher que queria marcar a cesárea pro aniversário da mãe, para fazer uma homenagem. À m*rda, né?

Eu admito que fiquei feliz de o Be ter chegado antes, porque ele tava previsto pro segundo dia de Virgem, e minhas relações com virginianos são sempre extremas. E eu adoro leoninos. Como ele nasceu sob o signo de Leão, fiquei feliz, mas se eu não tivesse tido o agravamento da pressão, teria esperado que ele viesse quando fosse a hora, mesmo que ele fosse libriano ou o escambau que fosse.

Aqui no Brasil, as mães a escolhem quando lhes é mais confortável, porque não querem ter o trabalho de ficar horas esperando dilatação, com dor, esperando que o bebê venha naturalmente. Assim como médicos muitas vezes forçam suas pacientes a aceitar a cesárea porque, além de ganharem mais pelo procedimento, ainda não vão ter que correr o risco de levantar de madrugada para ir fazer parto, não serão obrigados a ficar horas disponíveis para acompanhar a evolução do trabalho de parto. Cesárea não é sapato, que podemos escolher como é mais conveniente para nós. Cesárea é um procedimento de risco, como qualquer cirurgia de grande porte, e quando feita sem uma necessidade seus benefícios não compensam os riscos!

No site do Parto Humanizado, tem uma bela lista de riscos da cesárea [e acho que fica bem evidente que é ridículo optar pela cesárea sem motivo depois disso]:

Riscos da cesariana: 
Para o bebé: 

1. Risco de complicações e desconforto respiratório 
2. Demora maior para o leite "descer" 
3. Maior probabilidade de aspiração com cânulas no bebé após o parto (vias aéreas e orais)
4. Risco de morte 10x maior para o bebé 
5. Grande probabilidade do bebé ficar longe da mãe após nascer 
6. Maior risco de infecção neonatal por aspiração de mecônio 
7. Maior dificuldade no aleitamento 
8. Maior probabilidade de desmame precoce 
9. Lesão do bebé (na hora da cesariana) 
10. Maior risco de morte fetal inexplicável no final da gestação seguinte 
11. Dificuldades de vínculo com a mãe 
12. A mãe pode precisar de analgésicos fortes para aliviar a dor no pós-parto e estes podem passar para o bebé através do leite 
13. Maior risco de internamento do neonato em UTI 

Para a mãe: 

1. Risco de ruptura uterina aumentada no próximo parto, caso sejam utilizadas oxitocina artificial no soro e/ou anestesia. 
2. É difícil encontrar um médico que faça partos normais após cesarianas pois são dependentes das drogas citadas acima 
3. Risco de morte 4x maior 
4. Risco de infecção hospitalar 
5. Pós-parto demorado e dolorido. 
6. Depois o desconforto da cirurgia, a dor, a maior dependência de outras pessoas para cuidar do bebé. 
7. Dificuldades para engravidar posteriormente, maior risco de infertilidade posteriormente 
8. Risco de endometriose 
9. Risco de hemorragias, transfusões e morbilidades provocadas por transfusões 
10. Sensibilidade na cicatriz a longo prazo (coceira, dor, sensação de estiramento, etc.) 
11. Dormência na região entre a cicatriz umbilical e corte cirúrgico. 
12. Formação de Aderências 
13. Aumenta as probabilidades do próximo parto ser cesariana 
14. Lesão no intestino (na hora da cesariana) 
15. Maior Risco de trombose doenças correlatas (incluindo embolia) 
16. Risco de acidentes com anestesia 
17. Risco da anestesia não pegar e ter que fazer uma anestesia geral 
18. Maior incidência de Inserção Baixa de Placenta 
19. Maior probabilidade de Acretismo Placentário 
20. Histerectomia (perda do útero) devido ao sangramento 
21. Maior necessidade de transfusão sanguínea 
22. Morte materna devida a hemorragia, consequente a inserção baixa de placenta 
23. Maior risco de atonia uterina 
24. Maior risco de embolia pulmonar 
25. Maior risco de trombose venosa profunda 
26. A próxima gravidez não mais será de baixo risco 
27. Risco de reiteradamente, recuperação por infecção da cicatriz, deiscência de pontos, sangramentos, etc.., com consequente afastamento do bebé 
28. Dificuldades de vínculo com o bebé 
29. Não realização da plenitude da maternidade. 
30. Maior índice de depressão pós-parto 

Se a cesariana foi feita antes do trabalho de parto, marcada com antecedência pelo médico, além dos riscos acima podemos adicionar: 

1. Risco de prematuridade do bebé 
2. Um desrespeito monstruoso e uma tremenda violência à mãe e ao bebé 
3. A perda da oportunidade da primeira descoberta de sua própria força e capacidade de luta 
4. A perda da energia que estava sendo guardada para o momento do parto, que gera frustração 
5. A perda da oportunidade de vivenciar uma situação que lhe daria noção de foco, de fazer esforço numa direcção e sentido correcto 
6. Quem convive com essas consequências de uma desnecesaria, aprende as verdades da vida de uma forma muito dolorosa... e demorada. 
7. Segundo os astrólogos (para quem curte o tema), o bebé nasce com uma dualidade na personalidade (situação astrológica natural x situação astrológica forçada)

Para quem quiser ler mais, ó:

http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=20911


[Comentem, comentem! Digam o que estão achando do blog e sugiram mais temas (:]

4 comentários:

  1. TOTALMENTE A FAVOR DO PARTO NORMAL, tem coisa melhor em ser como fomos feitas pra gerar? não vejo necessidade nenhuma em cessaria apenas por opção, depois ta lá se f***endo porque os pontos isso, deu rejeição naquilo, e ainda acham uma maravilha porque não sentiram dor, mas cadê a graça nisso dai? quando você vê o rostinho do seu filhote não tem como nem pensar nas dores, é só felicidade

    ResponderExcluir
  2. Também quero muiiito que meu parto seja normal, nunca pensei na cesariana porque vi como minha irmã sofreu com 1 que ela fez porque quis. Acho uma grande besteira isso. A Lau posso sugerir o tema:Aborto ?

    ResponderExcluir
  3. Lau, é a Molly! :D

    Antes eu considerava mais o parto cesariana, pelo fato de eu ter sacroleíte (má formação no osso da pélvis e sacro, ocasionando uma dor terrível e dificuldade de mobilidade nessa região)e ter bronquite. Meu ortopedista, na época que estava tendo as crises, comentou que talvez eu não poderia ter parto normal quando engravidasse. Hoje em dia, praticamente não sinto mais dores, e começo a considerar cada vez o parto normal. Obrigada pelas informações, serão muito úteis para quando eu começar a planejar o amiguinho do Be!

    ResponderExcluir
  4. Cesárea não nem sapato nem parto! É um procedimento cirúrgico de alto risco que tem como objetivo salvar a vida da mãe e/ou bebê em caso de complicações na gravidez. Muitas mães de primeira viagem vem com essa história de que "conhecem seus limites e não suportariam a dor de um parto normal", como é que sabem se nunca tiveram um parto normal? Gestar é natural e o bebê tem que sair não é? O método natural de "saída" é o PN, não é? Então quem aguenta uma gravidez aguenta um parto normal! Mais difícil é suportar a dor após uma cesárea. Como é que eu sei, se nunca fiz uma cesárea? É que ninguém vem ao mundo para sofrer um corte que atinge sete camadas de tecido! Pensem nisso e nas consequências disso!
    Lau, parabéns pelo blog ;)

    ResponderExcluir

Comentem! Se comentarem sem usuário, identifiquem-se (: